SINOPSE
Os ensaios aqui reunidos comemoram o centenário de um dos textos, a um só tempo, mais instigantes e mais incompreendidos de Sigmund Freud, cujo tema de fundo, a sexualidade, considerada por ele o mais relevante dos fatores etiológicos do “nervosismo moderno” e, como se verá, “do nervosismo dos dias de hoje”, continua a dividir os sujeitos em face de seus desejos, mas também de suas aspirações e, em casos menos felizes, de suas reivindicações. Configurada pela linguagem e, de vários pontos de vista, já francamente desvinculada da reprodução da espécie, a sexualidade freudiana propaga sua novidade, sem jamais envelhecer, a despeito das incontáveis transformações culturais que o mundo ocidental tem experimentado nas últimas dez décadas
A comemoração que se lerá tem dois pontos altos. O primeiro é a nova tradução do texto de Freud, feita diretamente do alemão, que procurou se valer do tom cotidiano empregado pelo autor. O segundo ponto alto é o diálogo estabelecido por dez psicanalistas que, vivendo no Brasil, no México, na Argentina e na França, escreveram em dois idiomas diferentes: português e espanhol. Suas contribuições, de que os entrecruzamentos se revelam diversas vezes, souberam tirar partido do que não se traduz de uma língua a outra, trazendo à luz diferentes possibilidades de leitura do texto de Freud, sem com isso recuarem diante do que nele há de perenemente novo.
Este livro, editado na mesma oportunidade em espanhol por Siglo XXI Editores, de certo modo cumpre mais do que se propôs: além de trazer novamente à memória “A moral sexual ‘cultural’ e o nervosismo moderno”, escrito em 1908, renova a sua recepção em terras distantes, nas quais sinais da modernidade vienense continuam a revelar facetas inéditas.
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