É possível criar condições para uma comunicação assertiva entre educadores e aprendizes, de modo a educar sem ter de elogiar, exigir ou punir? Como criar um espaço fecundo no processo educativo para que necessidades e sentimentos possam ser reconhecidos, expressados e considerados? Em "Educação infantil compassiva", do psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg (1934-2015), estas e outras reflexões são compartilhadas com o leitor em duas partes. Na primeira, por meio da transcrição de uma palestra sobre educação montessoriana, realizada em San Diego, Califórnia, em 1999, o autor trata principalmente dos princípios da Comunicação Não Violenta (CNV). A abordagem é feita de maneira metafórica, comparando esses princípios com a linguagem das girafas e dos chacais. Segundo Rosenberg, a Comunicação Não Violenta é a linguagem da girafa, animal com o qual os adeptos dessa linguagem se confundem: “Como as girafas têm um coração tão grande, não haveria um nome melhor para designar a linguagem do coração do que este”, afirma o psicólogo. Já o chacal simboliza uma linguagem interna ou externa que se expressa por comportamentos violentos, de ataque ou defesa e, às vezes, de fuga, de não responsabilidade por seus atos.