Em 9 de maio de 1957 Jacques Lacan pronuncia, no Anfiteatro Descartes da Sorbonne, uma conferência para o grupo de Filosofia da Confederação dos Estudantes de Letras. Entre 14 e 16 de maio do mesmo ano ele redige o texto final que é publicado no terceiro volume da revista La Psychanalyse, cujo tema geral era “Psicanálise e Ciências Humanas”. Um ano antes, ele havia usado pela primeira vez as noções de metáfora e metonímia, emprestadas ao linguista Roman Jacobson, de quem era amigo e quem o introduzira ao antropólogo Claude Lévy-Strauss. Pouco antes ele havia proferido a conferência “Freud no Século” (inserida como parte do Seminário III sobre A Estrutura Freudiana das Psicoses, na qual declarava sinteticamente seu programa de investigação e renovação da psicanálise, conhecido depois como “Retorno a Freud”. O retorno não é uma expressão indiferente aqui. No mesmo seminário Lacan havia proposto uma leitura original sobre o processo de desencadeamento da psicose, baseado na tese de que aquilo que não se inscreve no simbólico retorna no real. Quando o Nome-do-Pai não se se inscreve no simbólico ele não opera uma metáfora formadora da subjetividade neurótica, a me- 7 táfora paterna. Esta não inscrição é chamada de foraclusão, em tradução criativa do termo freudiano Verwerfung.
Compre online livros de Psicologia e Psicanalise , os melhores livros de psicologia com grandes obras e autores do tema. Os menores preços e descontos exclusivos.