Hoje, cada vez mais pacientes traumatizados chegam nos consultórios psicanalíticos. Essa situação nos coloca diante de uma necessidade de revisão de conceitos e da nossa metapsicologia para poder conseguir atendimentos – não infinitos – desses pacientes em estado de grande sofrimento. Propomos dois eixos centrais para poder redefinir nossa abordagem dessas questões: de um lado, a referência à psicanálise relacional como foco central do tratamento, e, do outro lado, a necessidade de uma postura transdisciplinar de troca com as áreas afins de saberes (neurociência, psicologia do desenvolvimento, ecologia política, entre outras), como condição imprescindível de adequação da psicanálise à clínica atual.