A Corda Que Sai Do Útero

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SINOPSE
 

Conheça 7 poemas do livro A corda que sai do útero, de Ana Suy Sesarino Kuss

 

CAMINHO DE VOLTA

Rímel, corretivo e delineador

todos os dias

um ritual obsessivo

 

durante a gravidez pensei que quanto mais minha filha

ganhava espaço dentro de mim

mais eu perdia espaço em mim

 

então, pensei: quando ela nascer,

vou recuperar meu corpo

ledo engano

 

o pós-parto me foi

uma experiência de

quase absoluta perda de corpo

 

rímel, corretivo e delineador

todos os dias

era uma forma de retornar a mim

 

(E eu que cogitei fazer alongamento de cílios antes de parir!)

***

 

MARCAS

Parir um mundo

Porque qualquer coisa que alguém dê à luz

Tem vida própria

É todo um mundo

Com marquinhas do Outro

Escrevo para salvar a minha mãe em mim

Para honrar minhas pequenas e profundas marcas do Outro

Serei eu marca ou

Serei eu marcada?
 

Entre mim e ti, eu
E se eu te fosse?

E se eu

me fosse?

 

Então (me) fui.

 

 

***

 

 

A PROFESSORA DE BALLET

 

 

Menina,

você pensa que útero é pra quê,

pra fazer filho?

Útero é pra te dar força.

 

***

 

LABIRINTO

 

 

Onde estão minhas sapatilhas?

Quebraram

 

Onde está meu figurino?

Em casa

 

Onde está a coreografia?

Esquecida

 

Onde estou eu?

Que eu?

 

Onde está a saída das coxias?

Lá pra fora?

 

Não,

para o palco.

 

***

 

VAZIO


O útero é um vazio
Só depois

que alguém esteve lá

O nascimento de um filho

é a inauguração

de um (novo) vazio.

Parir um filho é

dar à luz a um vazio

(e outro e outro)

 

 

***

 

PESO

 

 

Um filho é

uma coisa dentre tantas que saem

de um útero
Um filho é

a coisa mais viva que sai

de um útero
Vou te prender

no útero da minha casa
Chega de irem embora de mim
Agora vai ficar na amarra
Cansei de esperar o amor amarrar algo

A ponte “des arts” em Paris

teve os cadeados dos casais retirados

por risco de queda

Prender pesa

mais do que a ponte do amor

pode aguentar
Vai ficar nessa casa

sem janelas

sem porta

sem saída
Mas como te colocar ali dentro?
O que não tem saída não tem entrada

 

***

 

ABAJUR

 

 

Agora

Eu me sinto como uma bolsa para você, sua casa,
sua manjedoura,
sua encubadora,
uma fábrica de você

Agora

Eu me sinto como uma caneta marca-texto,
que está se preparando para grifar
o que em breve haverá
de mais lindo no mundo

Agora

Eu me sinto como um girassol,
que vive não apenas por viver,
que não segue apenas o ritmo da agenda,
mas que busca a luz maior do mundo

Mas sei

Que serei como um abajur,
Uma luz suave e fundamental,
Que na melhor das hipóteses,
Se tornará dispensável depois.
Bem depois.

 
 
DETALHES DO PRODUTO
 
Autor(es):      ANA SUY SESARINO KUSS

Edição:          1ª EDIÇÃO - 2020

Dimesões:     21 x 14 x 1

Nº Páginas:   83

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