Na clínica psicanalítica com crianças, a demanda de tratamento é, inicialmente, dos pais. São eles que telefonam, que marcam um horário, que se queixam, que trazem a criança. Neste livro, Michele Roman Faria mostra que, mais que um traço particular dos tratamentos de crianças, a presença dos pais impõe uma especificidade, porque exige intervenção. Freud, em suas recomendações técnicas, chamava de experimento preliminar o período no qual o psicanalista avalia as condições necessárias ao início de uma análise. Lacan preferiu chamá-las de entrevistas preliminares, ressaltando a importância do manejo do psicanalista para obter tais condições. É das entrevistas preliminares aos tratamentos de crianças que a autora se ocupa neste livro, procurando mostrar que, para obter as condições necessárias para o tratamento psicanalítico de uma criança, o psicanalista deve estar advertido da necessidade de um manejo que inclui tanto os pais como a criança